20 de jun. de 2017

Como os horóscopos prejudicam a infância e adolescência




   Sempre fui de família católica, no entanto, não tinha conhecimento suficiente para saber que os horóscopos não eram condizentes com a nossa fé. Por isso desde uns 10 anos, até 15, adorava ler os horóscopos dos jornais, das revistas "teens", e com o tempo fui até decorando as características atribuídas às pessoas de cada signo. Dessa forma, era como se eu conhecesse bem cada pessoa apenas por saber seu signo.

   Acontece que existem signos que não se dão bem entre si, segundo sabe-Deus-quem escreve. Nisso, se você tem alguma antipatia por alguém, você diz "ah é porque ela é do signo tal", ou mesmo antes de conhecer a pessoa, você já tem um sentimento ruim, um preconceito com relação a ela. E é incrível como apenas por saber o signo da pessoa, você vai encaixando as características dela às características do signo dela, dando a falsa impressão de que tudo aquilo é verdade.

     Pode até acontecer de pessoas que nasceram em épocas semelhantes do ano ou do momento histórico de fato terem semelhanças devido a condições climáticas, sociais e financeiras favoráveis ou desfavoráveis no período da gestação, influenciando assim a personalidade. Mas não dá para generalizar, basta olhar os casos de gêmeos tão diferentes um do outro, ou mesmo pessoas da mesma sala de aula que nasceram em dias próximos que possuem personalidades tão diferentes. Fora isso, há vários argumentos teológicos e até científicos que derrubam a veracidade dos horóscopos, como aqui e aqui.

    Ainda assim, muitos caem nessa mentira chegando a tornar-se escravo dela, até o ponto de não sair de casa sem antes ver qual a cor que deve usar, se as condições são "favoráveis". Graças a Deus não cheguei a esse ponto, mas acreditava facilmente em tudo o que diziam sobre o meu signo. Cheguei a ter um sentimento ruim pela minha própria mãe por descobrir que ela era de um signo "oposto" ao meu (no caso, sou de capricórnio e eu achava que ela era de sagitário); o mais engraçado foi que alguns anos depois descobri que eu tinha me enganado e na verdade ela era de um signo que "se dá bem" com o meu (peixes), e aí minha visão sobre minha mãe mudou. Isso, depois que descobri que tudo era mentira, me fez ver o quanto nossa visão se distorce quando achamos que conhecemos o futuro e a personalidade das pessoas.

    Veja o que diz D. Estevão Bettencourt: "O interesse pelo horóscopo como também por Tarô, I Ching, Numerologia, Cabala, jogo de búzios, cartas etc. é alimentado por mentalidade que se pode dizer 'mágica'. Quem se entrega à prática de tais processos de adivinhação, de certo modo, acredita estar subordinado às forças cegas e misteriosas; o cliente de tais instâncias se amedronta e dobra diante de poderes fictícios, o que não é cristão.”

      Enfim, o que aconteceu comigo, acontece com tantos e tantas crianças e adolescentes que, sem ninguém para orientar a respeito, acabam se expondo aos perigos que isso pode acarretar em sua vida. Portanto, alerte sempre àqueles que você quer bem! Melhor crer em Deus e em sua providência, Ele sim sabe de tudo, Ele sim pode decidir sobre nosso futuro, e nós sim podemos agir objetivando algo específico. As pessoas são diferentes, cada uma tem seu temperamento, suas dificuldades, sua história, cabe a nós analisar se nos daremos bem com uma determinada pessoa ou não, mas que isso não seja determinado por horóscopos ou semelhantes!



5 de jun. de 2017

Encarando o bullying

     O bullying é um assunto que está muito em alta nos últimos anos, principalmente pelas várias chacinas provocadas por pessoas que passaram pelo bullying e não conseguiram se superar dessa experiência. Como também já passei por isso, fico refletindo sobre os motivos de isso acontecer e como evitar. Então vou falar um pouco da minha experiência que, apesar de nunca ter tido nada agressivo, foi banstante marcante na minha vida.
   
     Sempre fui uma criança tímida, de poucos amigos, mas sempre fui feliz, muito amada pela família. Pelo que me lembro, desde a primeira série do fundamental até a sétima, sempre teve alguém que pegava no meu pé, porque eu simplesmente ficava calada ou chorava, nos diferentes colégios que estudei. Tinha um menino que ficava derrubando as minhas coisas, outra que ficava espalhando que eu gostava de um menino ou inventando qualquer bobagem, porque eu tinha as melhores notas, outra que ficou três anos me chamando de várias besteiras (amiga-da-onça, girafa, palito,...), mesmo eu a tendo levado pra direção algumas vezes com as amigas dela. As pessoas que são vistas como mais fracas, por serem diferentes ou tímidas, são meio que testadas pelos colegas, e se elas não sabem se defender, naturalmente o "bully" ganha mais status. 


     Aprendi que isso acontece porque todo mundo passa pela fase de autoafirmação, ou seja, de que precisa se autoafirmar como forte, como popular, como mulher, como pertencente a algum grupo, ou seja o que for, e isso passa pela aprovação dos outros. Acontece que alguns o fazem usando outros como degrau.


     Meu pai diz que isso sempre existiu e todo mundo superava normalmente. Não sei se sempre existiu, mas sabemos que hoje em dia nem todo mundo consegue superar. Por mais que existam tipos de bullying mais agressivos que o que aconteceu comigo, para mim era a pior coisa que existia, porque me fazia sofrer, não fisicamente, mas emocionalmente. Hoje em dia não tenho sentimento de vingança contra estas pessoas, apesar de ainda lembrar de algumas coisas que elas me fizeram. Continuo uma pessoa introvertida, afinal, personalidade não muda tanto, porém sei me defender melhor. No entanto, não importa quais são os motivos que me levaram a ser assim, mas importa que todos merecem respeito.

     Tenho visto muitas campanhas como "Bullying é crime" ou "Todos temos semelhanças", até bem interessantes, mas ainda é preciso a atenção principalmente dos pais ou responsáveis. Meu esposo é professor de ensino fundamental em escola pública e me conta como o bullying ainda é corriqueiro. Os motivos que levam alguém a se autoafirmar através da violência física ou emocional para com alguém partem principalmente de casa, segundo as pesquisas: se a criança ou adolescente é acostumado com agressão física ou verbal dentro de casa, vê isso como algo normal, ou então não tem a atenção devida dos pais e por isso evitam a todo custo a solidão no ambiente escolar. 

     Enfim, acho que o que é principal é que os responsáveis sempre reforcem e também demonstrem que devemos aceitar e amar os outros, principalmente quando são diferentes, e que existem pessoas que são melhores ou piores que nós em alguma coisa, mas que todos têm algo bom para oferecer.


---Repostagem minha do blog Passos de uma Caminhada ---

2 de jun. de 2017

Desafios de ser cristão e universitário

---Repostagem minha do dia  07/11/15 do antigo blog Passos de uma Caminhada ---

     Lembro-me bem do dia em que minha irmã (mais velha) ia para seu primeiro dia de aula na universidade e meus pais sentaram com ela para alertar sobre o cuidado que deveria ter ao ingressar neste ambiente. Eles tinham alguns amigos da juventude que, depois de terem passado no vestibular, aos poucos foram se afastando de tudo o que acreditavam, no que diz respeito a sua fé. É realmente tentadora, a liberdade que temos depois que terminamos a escola, pois já não se tem mais cobrança para os pais, mas apenas você é responsável por si mesmo e por seus estudos. Muitas novas ideologias nos são apresentadas. Sei que não poucos passam a consumir algum tipo de droga, ou mudam totalmente seu estilo de vida.

Preparando para a Missa (2010)
     Essa liberdade pode ser positiva, se soubermos lidar bem com ela, procurando boas companhias, e se for de alguma religião, procurar algum grupo que se reúna durante a semana. Especialmente na UnB, onde eu, minha irmã e meu agora esposo já estudamos, tínhamos a Missa diária (que tem até hoje), nos envolvíamos nas equipes de preparação e fizemos muitas amizades. Assim é bem mais difícil se afastar das coisas que acreditamos mesmo num ambiente tão diversificado como a universidade. Não raro, também muitos se aproximam ou se aprofundam muito mais em sua fé na universidade, uma vez que também podemos ter contato direto com as bases de estudo da fé, como eu mesma e algumas pessoas que conheci.
Comemoração do meu vestibular (2010)

     Algo que mais vejo entre meus colegas em geral é o desejo de formar uma família ser cada vez mais adiado ou suprimido. A prioridade é terminar a graduação, o mestrado e o doutorado e depois pensar nisso, ou então conseguir um bom emprego. Isso é quase unânime na sociedade hoje, pois entende-se que a pessoa sozinha chega muito mais rápido ao topo de sua carreira. E isso é verdade na maioria dos casos, mas não digo que alcançará esse topo com a mesma responsabilidade e alegria do que se ele tivesse a companhia de sua família própria - se essa for sua vocação, pois sei que nem todos se sentem chamados para isso.

     Vejo isso pelo reação das pessoas quando digo que me casei, e mais ainda, que estou grávida. Não é algo que recomendo para qualquer pessoa pois cada um tem sua história e motivos, como no meu caso meu esposo já podia ter uma fonte de renda para nós. Mas digo por mim e por outros que conheço que é sim possível ter uma boa formação mesmo tendo minha família ainda jovem, se soubermos adaptar os nossos sonhos aos sonhos e necessidades do outro.

     Um outro desafio de ser cristão e universitário é a nossa postura diante de pequenas situações, como em conversas, provas, filas... às vezes é difícil tomar atitudes diferentes daquelas que todos estão tomando sem parecer tão chato e caxias, mas muitas vezes é necessário. Reprovei sete vezes ao total ao longo do meu curso, me envergonhava muito disso, mas sei que tive motivos. Ao longo do tempo em que passam os anos, é visível como nossos amigos vão se tornando mais fisicamente adultos, e aí você vê que serão eles quem serão os profissionais da sociedade. E as atitudes que tomam em pequenas situações, irão refletir na atitude que tomarão quando estiverem à frente de uma empresa, de um projeto, ou mesmo do país.

     Se você está entrando agora na universidade e deseja ser firme nas coisas que acredita, nunca sobreponha seus estudos e sua carreira à sua fé (e à sua família), pois ela é que é o nosso sustento até mesmo nos estudos. Não tenha medo de reprovar em alguma disciplina ou se prejudicar se para evitar isso você tenha que enganar alguém ou a si próprio. Aproveite bem, mas filtre bem, o que lhe é ensinado, pois a universidade pode ser um campo extremamente fértil de aprendizado e de oportunidades de amizade e crescimento espiritual e profissional. Um abraço a todos!

"Adquire sabedoria, adquire inteligência, e não te esqueças nem te apartes das palavras da minha boca''. Provérbios 4, 5